O
Google Glass pode ser considerado um dos gadgets do momento (ao lado dos relógios inteligentes). Muito tem-se falado dele nos últimos meses nos sites de tecnologia e blogs especializados. Baseado no Project Glass, o acessório é um dispositivo de realidade aumentada. Ele possui várias funções permitindo, por exemplo, tirar fotos, enviar mensagens instantâneas e realizar videoconferências obedecendo apenas a comandos de voz.
O caráter futurista e revolucionário do
gadget parece exercer um grande fascínio sobre as pessoas, principalmente em quem é aficionado por novidades tecnológicas. Por outro lado há quem olhe o aparelho com certa desconfiança e, mesmo antes do produto estar pronto para ser lançado comercialmente, já existem estabelecimentos como bares e restaurantes anunciando que o seu uso será proibido nesses lugares.
A grande preocupação é com a privacidade, e também com a maneira como o
Google Glass poderá ser utilizado. Cassinos, por exemplo, consideram que o seu uso poderá ajudar pessoas a cometerem fraudes nas apostas. Desconfianças como essas podem impedir que o Google Glass decole e não caia no gosto popular. Há quem acredite que os óculos sejam um acessório capaz de agradar apenas aos geeks e curiosos, não passando de um brinquedo caro e sem muita utilidade prática.
O estrategista em marketing
Gabriel Rossi discorda. "Estes novos equipamentos sempre são, de início, associado a geeks, a gente que tem o dia a dia ligado à tecnologia. Mas isso tende a ser passageiro. O Google Glass deve atingir o grande público. O sucesso acontecerá à medida que a largura do público da base se expandir, passando a influenciar outras pessoas", avalia.
O especialista acredita que o mercado de tecnologia "vestível" seguirá o mesmo paradigma que os smartphones e tablets, que estão em todos os lugares e tomando cada vez mais espaço entre os consumidores. "A previsão é que nos próximos cinco anos os gadgets terão um crescimento explosivo e irreversível".
Para agradar um grande número de pessoas, o Google Glass é "lançado" aos poucos. E sempre com o "recado" da facilidade de utilização. Usuários-teste estão sendo entrevistados em talk-shows, demonstrando como não é necessário ser especialista para "vestir" o aparelho. "É fundamental que tais novidades sejam associadas à uma utilização instintiva. Mas, mais importante, é preciso que realmente sejam fáceis de usar", ressalta Rossi.
Atualmente, há 8 mil pessoas testando o Google Glass em várias partes do mundo. Entre eles, o estudante brasileiro Lucas Sperb, de apenas 19 anos. Ele ganhou o direito de ser um dos primeiros a colocar as mãos no gadget após participar de um concurso do próprio Google chamado "If I had a Glass". O gaúcho de Camaquã enviou a ideia de um aplicativo para os óculos que facilitaria o aprendizado de violão. Através do app a letra da música e a cifra apareceriam na minúscula tela do gadget, deixando as mãos livre para tocar o instrumento.
Mas, apesar da ideia inovadora, Lucas não ganhou os óculos de graça. O estudante de Biomedicina teve de desembolsar 1.500 dólares pelo aparelho e ainda precisou viajar até os Estados Unidos para retirar o "brinquedo" pessoalmente na sede do Google. Como não tinha dinheiro suficiente para a viagem ele contou com a ajuda de um banco e da Universidade Feevale de Novo Hamburgo, onde estudava, que cobriram os custos da aquisição do Google Glass e também da viagem internacional.
Os rumores indicam que o Google Glass deverá ser vendido por cerca de 300 dólares. De acordo com informações do Topology Research Institute de Taiwan o valor seria, mais ou menos o preço de custo de fabricação do dispositivo. Ao que tudo indica o Google não estaria interessado em lucrar com o aparelho, mas apenas em recuperar seu status de empresa inovadora.
* Publicado em:
19/09/2013 Yahoo BR Finanças
Comentários
Postar um comentário